Começou nesta quarta-feira (3), em São Paulo, a Expert XP 2022. O evento, que voltou a ser presencial este ano, discute investimento, empreendedorismo, tecnologia, ESG e ações inovadoras. No primeiro dia, o tema da palestra foi “Diversidade VS. Inovação: como a pluralidade potencializa resultados”. Ativistas como a medalhista paralímpica Verônica Hipólito discutiram como mudanças nas ações corporativas, através da promoção da pluralidade, podem contribuir para conquistas promissoras.
No painel, o CEO e fundador da ONG Voz das comunidades, Renê Silva, deu destaque para os talentos da periferia, que têm potencial para impulsionar a economia brasileira. Renê, que nasceu no morro do Adeus, favela do Complexo do Alemão, no Rio, comentou que as transformações sociais estão sendo limitadas por intervenções equivocadas.
Não adianta chegar só com polícia dentro das favelas, tem que aumentar investimento na área de tecnologia e financeiro dentro delas. Como a gente vai ver mudança se a gente não está provocando essa mudança? Como a gente vai ver isso acontecer?
Renê Silva, CEO e fundador da ONG Voz das Comunidades
Ele destacou ainda que a ação corporativa desburocratizou o processo de gerenciamento da crise provocada pela pandemia nas favelas do país. Dessa forma, a associação entre empresas pode contribuir para o sucesso dos investimentos na diversidade.
Para a sócia de diversidade e inclusão na XP, Ana Melo, esse é um espaço favorável às mudanças buscadas: “Periferias são os ambientes que mais promovem inovação”. Isso, porque, segundo Melo, apesar das favelas serem locais carentes de políticas públicas, as pessoas buscam maneiras de viver e acessar aquilo que desejam.
Quem também deu voz à defesa de pautas sociais no evento foi a atleta paralímpica Veronica Hipólito. Após se tornar uma pessoa com deficiência em decorrência de um AVC, ela passou a entender ainda mais como falar sobre capacitismo é indispensável para promover o desenvolvimento da inovação através da diversidade. Ela lembra que PCDs lutam para mostrar que são uma grande potência e, para isso, é necessário garantir acessibilidade. “As pessoas são os principais ativos. Que agora a gente comece a transformar e fazer de verdade“, afirmou Hipólito durante a palestra.
Uma das formas de contribuir para essas novas mudanças no mercado é através da quebra de padrões comportamentais logo no início, nas contratações, como diz Thienne Czizeweski, líder de inteligência de talentos da XP.
Empresas com pessoas diversas no processo terão produtos mais inclusivos.
Thienne Czizeweski, líder de inteligência de talentos da XP
Para quem não vive realidades como essa, pode ser ainda mais desafiador falar sobre assuntos plurais. Por isso, mais uma voz em potência se uniu ao time de palestrantes: Ricardo Silvestre.
O CEO e fundador da principal agência de creators negros, a Black Influence, reforçou que trabalhar com diversidade é um investimento, porque os consumidores têm cobrado isso cada vez mais: “Empresas que não trabalham com isso estão perdendo dinheiro. Quem investe, colhe o fruto de forma rápida”, completa.
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