A Petrobras realiza nesta quinta-feira (15) cerimônia de retomada das operações da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados S.A. (Ansa), em Araucária (PR).
A fábrica estava hibernada desde 2020 e será reaberta. A ocasião vai contar com a presença da presidente da companhia, Magda Chambriard, e do presidente da República, Lula.
A previsão é de que retomada da produção na fábrica aconteça no segundo semestre de 2025. A Ansa pode produzir 720 mil toneladas por ano de ureia e 475 mil de amônia.
Desde o início do governo Lula, ainda com a Petrobras sob a gestão de Jean Paul Prates, os investimentos em fertilizantes voltaram a fazer parte do portfólio da companhia.
A Ansa foi hibernada durante o governo Bolsonaro, quando a gestão da época decidiu sair integralmente do negócio de fertilizante. Naquele momento, a companhia alegou que a atuação no ramo resultou em prejuízos.
Também serão anunciados na cerimônia investimentos da empresa na Repar, refinaria responsável por aproximadamente 15% do mercado nacional de derivados de petróleo. Seus produtos atendem especialmente Paraná, Santa Catarina, sul de São Paulo e do Mato Grosso do Sul.
Planos da Petrobras para fertilizantes
Uma das missões recebidas por Chambriard ao ser indicada ao comando da Petrobras foi de acelerar os planos de produção nacional de fertilizantes e diminuir a dependência externa do insumo no país. Com agronegócio forte, o Brasil é o quarto maior consumidor e líder em importações destes insumos — ou seja, ninguém o supera quando o assunto é comprar adubo.
Segundo dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), em 2023 o Brasil importou 86% do seu consumo interno. Foram 39,4 milhões de toneladas de fertilizantes compradas de outros países, frente a uma produção nacional de 6,8 milhões (sendo que uma pequena parcela é exportada).
Na avaliação da gestão Magda e do próprio governo Lula, este cenário deixa o país vulnerável a choques externos. Um exemplo recente é a guerra entre Rússia e Ucrânia, que impactou preço mundo afora e levou insegurança ao agronegócio brasileiro.
Após retomar as operações na Ansa, o foco da Petrobras será retomar a produção na Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-III) em Três Lagoas (MS). A companhia avança por um estudo de viabilidade técnica para o projeto, que está hibernado desde 2014. Iniciada em 2011, as obras da fábrica estão 81% concluídas.
A UFN-III tem capacidade para 1,3 milhão de toneladas de ureia e 800 mil toneladas de amônia, para os respectivos fertilizantes. Se somada às capacidades da Ansa, esta pesagem representa quase 50% da produção nacional atual de adubos.
A Petrobras ainda procura solucionar pendências em ativos no Nordeste do país, para as fábricas de fertilizantes em Camaçari (BA) e Laranjeiras (SE), que estão arrendadas para a Unigel.
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