O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, superou recordes nesta semana. Entre os dias 19 e 21 de agosto, o Índice foi de 135,7 mil pontos a 136,4 mil nos registros de fechamento.
As máximas históricas, segundo especialistas ouvidos pela CNN, se deram principalmente pela continuidade do fluxo positivo na B3, a percepção de menor chance de recessão nos EUA e a alta da expectativa de que o Federal Resever (Fed) cortará os juros em setembro.
Um levantamento exclusivo para a CNN feito pelo especialista Einar Rivero, sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria, apontou que, nos primeiros 23 dias de agosto, somente 13 ações da carteira do Ibovespa registraram recuo. Atualmente, o índice tem 84 ações.
O aumento do fluxo de capital estrangeiro foi fundamental para o desempenho positivo da bolsa brasileira, explica Marcos Moreira, sócio da WMS Capital, citando que dados positivos do mercado de trabalho norte-americano como um dos fatores.
Em paralelo, Marcos Duarte, analista da Nova Futura Investimentos, os bons números das empresas, o custo de oportunidade, além da estabilização e um nível de previsibilidade maior na economia brasileira, também colaboram para o atual cenário de alta da maior parte das ações do Ibovespa.
O levantamento de Rivero teve como destaque de ação com maior alta para o período, o IRB(Re), que teve retorno de 63,5%.
Em seguida, aparecem as ações da Petz e da Lojas Renner, com 50% e 33,86% de retorno, respectivamente. Estas, que representam o setor do consumo, passam por uma reestruturação nas suas principais ações, refletindo o cenário de alta, segundo Duarte.
“Na prática, o consumo também tem sido impactado pela estabilização da nossa economia e pela possibilidade de corte de juros no mercado norte-americano”, aponta.
Logo depois, no levantamento, aparecem as ações da Marfrig, com retorno percentual de 28,7%, e do Bradesco, 26,6%.
No último caso citado, o Bradesco entra como destaque do setor financeiro.
Marcos Moreira analisa que a companhia patinou no começo, mas demonstrou sinais melhores no índice de inadimplência. “Com isso, vimos uma recuperação mais forte em comparação com seus pares”, explica.
“A nossa bolsa continua barata e vem se tornando atrativa ao investidor. Não de forma total, mas de forma segmentada para o Ibovespa. O investidor tem olhado para essas empresas visando o curto prazo diante desse cenário de alta”, conclui Duarte.