A taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) anunciada nesta segunda-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), comparando o segundo trimestre ao primeiro, veio acima do esperado.
Isso imediatamente gerou previsões de juros mais altos já nas próximas semanas.
Parte importante desse crescimento deve-se ao consumo das famílias, resultado da expansão fiscal, ou seja, das transferências feitas pelo governo.
Com isso, cresce a demanda e a pressão sobre a inflação, o que tem boa probabilidade de levar o Banco Central (BC) a aumentar a taxa Selic.
Outra parte importante do crescimento do PIB tem a ver com investimentos, que também cresceram acima do esperado.
No entanto, esse crescimento dos investimentos não é suficiente para garantir a expansão da economia de forma saudável.
O problema é que, como proporção do PIB, a taxa de investimento é quase igual à do trimestre anterior, sendo apenas 16,8%.
Esse valor é considerado insuficiente, pois sabe-se que o Brasil precisaria investir cerca de 25% do PIB para sustentar um longo período de crescimento.
O governo comemora os números como prova de que o gasto público estimula o crescimento, ou seja, que a política fiscal expansionista está dando certo.
Feliz com um esperado aumento de receita, o governo deve dobrar sua aposta.