Por Barroso Guimarães
O radialista Chico de França, com mais de 50 anos de carreira no rádio sergipano, compartilhou algumas das histórias mais marcantes de sua trajetória em entrevista ao site Futebol Sergipano. Iniciando ainda garoto, aos 12 anos, sob a orientação de Silva Lima, Chico relembra com carinho os primeiros passos como repórter no campo do Vila Isabel, ao lado do Hospital Santo Isabel, onde entrevistou jogadores de destaque, como Amarelinho.
Ao longo de sua carreira, Chico de França passou por diversas emissoras renomadas, como a Rádio Liberdade, Rádio Cultura e Rádio Aperipê, consolidando-se como uma voz icônica no rádio sergipano. Atualmente, ele integra a equipe da Rádio Jornal, onde continua a narrar e comentar os principais eventos esportivos.
Entre os episódios pitorescos que marcaram sua jornada, Chico narra com humor a história do paralelepípedo que, acidentalmente, carregou numa maleta durante uma viagem ao Rio de Janeiro, fruto de uma brincadeira do saudoso radialista Augusto Júnior. Outro momento memorável foi durante sua candidatura a deputado estadual, quando, em pleno discurso eleitoral, sua dentadura caiu do palanque.
Apesar da situação inusitada, Chico manteve o bom humor, se abaixou para pegar a dentadura e, sem perder a compostura, declarou para o público: “Companheiros e companheiras, a minha dentadura caiu, mas a chapa da democracia não cairá!”. A frase arrancou risos e aplausos dos presentes. E nessa mesma eleição, Valadares saiu vitorioso, tornando-se governador do estado de Sergipe.
Chico também recorda um episódio curioso ocorrido no Aeroporto Internacional de Cumbica, em São Paulo, durante uma viagem com os colegas Raimundo Macedo, Barroso Guimarães e José Antônio Marques. Inflamado, começou a discursar de forma empolgante, atraindo a atenção dos presentes que, sem saber que ele era candidato em Sergipe, o aplaudiam, acreditando que se tratava de um político local.
A situação tomou um rumo inusitado quando Raimundo Macedo esclareceu ao público que o “negão” não era candidato em São Paulo, mas sim em Sergipe. O esclarecimento levou Chico a receber uma vaia, que ele descreve como “construtiva” e que, longe de desanimá-lo, reforçou seu espírito brincalhão e sua habilidade em lidar com as adversidades.
Apesar dos desafios e das situações inusitadas, Chico de França segue como uma referência no rádio, mantendo o espírito leve e o compromisso com a informação de qualidade, características que lhe garantiram o respeito e o carinho dos ouvintes ao longo de mais de meio século.