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Ibovespa sobe com previsão de aumento dos juros no ano; dólar cai

O Ibovespa tem leve alta e o dólar cai nesta segunda-feira (9), à medida que investidores ainda ponderavam sobre o corte de juros a ser feito pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) neste mês e previsões para a Selic na pesquisa Focus mostrando expectativa de alta neste mês.

Além disso, o mercado observava a recuperação dos preços de commodities e o desempenho da Vale, que tem segurado o principal índice brasileiro nesta sessão.

Às 14h30, o Ibovespa subia 0,41%, aos 135.119,82 pontos, após encerrar a última sessão em queda de 1,41% no patamar dos 134 mil pontos.

No mesmo horário, o dólar recuava 0,36%, cotado a R$ 5,580. Na última semana, a moeda acumulava baixa de 0,83% contra o par brasileiro, apesar do avanço no último pregão.

Boletim Focus

A pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira passou a mostrar previsão de alta na taxa básica de juros na reunião de 17 e 18 de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom), de 0,25 ponto percentual, com a Selic encerrando o ano a 11,25%, de 10,50% ao ano atualmente.

As previsões para a inflação também subiram e agora o IPCA deve alcançar 4,30% neste ano. No relatório da semana passada, a expectativa era de que o índice terminasse o ano com alta de 4,26%.

Os agentes financeiros ponderam que o Banco Central fará em sua próxima reunião com ampla expectativa de uma alta de 25 pontos-base na Selic, atualmente em 10,50% ao ano, uma vez que as autoridades têm mostrado desconforto com leituras recentes de inflação.

Análise gráfica da equipe do BB Investimentos afirmou que o Ibovespa começa a semana em cenário de indefinição, acrescentando que a linha dos 134,7 mil pontos representa o patamar mais importante do momento.

Citando que o fechamento da semana passada foi ligeiramente abaixo desse suporte, eles acrescentaram que, se confirmado o rompimento, o próximo objetivo gira em torno dos 131,7 mil pontos. Em caso de falso rompimento, o próximo objetivo de alta tem aproximadamente a mesma amplitude, para 137,3 mil pontos.

“Atualmente, o índice opera ao redor de uma linha de tendência de alta (LTA) traçada a partir de março de 2023, com apoio positivo de médias móveis (seguidores de tendência) e elevação dos volumes transacionados, mas com osciladores (indicadores antecedentes) já desgastados”.

Cenário internacional

Investidores também analisam dados de inflação dos Estados Unidos enquanto aguardam o desfecho da reunião de política monetária do Federal Reserve no próximo dia 18, ainda sem consenso sobre o ritmo de um bastante precificado corte de juros na maior economia do mundo.

De acordo com o estrategista sênior Michael Brown, da Pepperstone, dados de emprego dos EUA na última sexta-feira não ajudaram a definir o ritmo de cortes a ser adotado pelo Fed — 0,25 ou 0,50 ponto percentual.

Isso “deixou os mercados hipersensíveis aos dados recebidos, querendo mais flexibilização do que provavelmente será entregue, potencialmente representando ventos contrários de curto prazo para o risco”.

Os números divulgados na sexta-feira mostraram que os empregadores norte-americanos criaram menos vagas de trabalho fora do setor agrícola do que o esperado, mas uma queda na taxa de desemprego apoiou a tese de que o mercado de trabalho está passando por um esfriamento gradual, e não está em colapso.

O relatório de emprego ainda foi acompanhado de comentários de autoridades do Fed que também avaliaram os dados como um sinal de moderação da economia norte-americana, rejeitando os temores de uma recessão na maior economia do mundo.

Apesar de um ciclo de cortes de juros no Fed ser, em tese, um fator negativo para o dólar, já que ele perde atratividade com a queda nos rendimentos dos Treasuries, a moeda se recuperava após perdas acumuladas em meio às projeções de que o banco central dos EUA seria mais agressivo em seu afrouxamento.

“Investidores reagem a um ajuste nas expectativas pela trajetória dos juros. Lá fora, a redução das apostas de um corte mais agressivo de 0,50 ponto percentual pelo Federal Reserve em 18 de setembro favorece uma pequena elevação dos Treasuries e um fortalecimento da moeda do país”, disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

Operadores colocavam 75% de chance de o Fed cortar os juros em 25 pontos-base na reunião de 17 e 18 de setembro. Eles vêm 110 pontos de afrouxamento até o fim do ano.

Em mercados emergentes, o desempenho da moeda norte-americana era misto, uma vez que era afetado pela recuperação dos preços de commodities importantes, como o petróleo e o minério de ferro, o que ajuda as divisas de países exportadores de matérias-primas.

Nesta semana, os mercados globais estarão atentos à divulgação de dados de inflação dos EUA, com os números de preços ao consumidor na quarta-feira e o relatório de preços ao produtor na quinta.

*Com informações de Reuters

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