Deputada Linda Brasil denuncia dado divulgado pela ONU que coloca Sergipe como líder em mortes e adolescentes pela polícia
Na sessão plenária da Assembleia Legislativa de Sergipe, nesta terça-feira, 24, a deputada estadual Linda Brasil (Psol) usou a tribuna para lamentar os dados alarmantes que colocam Sergipe como o estado com a maior proporção de mortes de crianças e adolescentes causadas pela polícia. Baseada em um estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), a deputada destacou que a taxa de 36,9% de mortes violentas entre jovens de 10 a 19 anos é quase o triplo da média nacional, que é de 18,2%.
“São 36 mortes para cada 100 mil habitantes. No ano passado, a política executou 24 pessoas com idade entre 10 e 19 anos. Essa realidade que enfrentamos é inaceitável. Não podemos nos conformar com esses números, que revelam uma grave violação dos direitos humanos em nosso estado”, enfatizou Linda Brasil. A parlamentar apresentou dados que revelam um aumento no número de mortes de jovens por ações policiais: em 2023, 24 jovens foram mortos, um crescimento em relação a 18 mortes registradas em 2022. O ano de 2021 foi ainda mais trágico, com 27 mortes sob a gestão do ex-governador Belivaldo Chagas.
Durante seu pronunciamento, a deputada denunciou a naturalização da violência policial em Sergipe, afirmando que é preciso medidas eficientes para que a polícia garanta segurança e não mais violência. “Essas mortes não são números, são vidas ceifadas. Cada uma delas representa uma família em luto, uma história interrompida. Vou continuar falando e lutando por justiça até que essa realidade mude. Eu vou continuar falando e atuando contra essa realidade até que uma mudança aconteça”, garantiu.
De acordo com Linda, a situação exposta pela ONU revela a urgência de se implementar políticas de segurança pública que respeitem os direitos das crianças e adolescentes e combatam a violência policial no estado. “Precisamos de uma reforma nas práticas policiais, que priorize a proteção e o respeito à vida, ao invés da violência. Estamos diante de um problema estrutural que requer soluções que respeitem os direitos humanos e promovam a dignidade de todas as cidadãs e cidadãos, especialmente os mais vulneráveis”, concluiu Linda Brasil.
Foto: Ascom
Por Marcela Prado