Apresentação
Carlos José Magalhães de Melo, conhecido como Carlos Magalhães ou Magá, é um ícone da imprensa radiofônica no Brasil, especialmente em Sergipe e no Nordeste. Formado em Odontologia e professor na Universidade Federal de Sergipe, sua trajetória profissional é marcada por contribuições significativas à comunicação.
Início da Carreira
Futebol Sergipano: Magalhães, é um prazer tê-lo no programa Arquivo Aracaju. Você poderia compartilhar um pouco sobre você e sua trajetória no rádio?
Carlos Magalhães: Agradeço muito pela oportunidade. Comecei minha carreira no Clube dos Cinquenta, onde Eduardo Cabral redigia o programa e Albino Silva da Fonseca narrava. Na época, eu era um estudante e apresentador, servindo militarmente no exército, o que tornou tudo ainda mais desafiador e enriquecedor.
Apelido “Magá”
Futebol Sergipano: É verdade que você não gostava de ser chamado de Magã no começo de sua carreira?
Carlos Magalhães: Sim, é verdade. Nos primeiros momentos da minha trajetória no rádio, eu não me sentia à vontade com o apelido “Magã”. Todavia, com o tempo, fui percebendo a afeição que essa alcunha trazia, tanto do público quanto dos colegas. Acho que a proximidade gerada pelo apelido foi se tornando parte da minha identidade.
Educação e Experiências
Futebol Sergipano: Você se formou em Odontologia, mas também passou por Medicina em Alagoas. O que você pode contar sobre essa fase da sua vida?
Carlos Magalhães: Minha experiência em Alagoas foi realmente marcante. Estudei em duas escolas de Odontologia, vivenciei momentos memoráveis. Isso foi fundamental para meu desenvolvimento pessoal e profissional. Além disso, tive a oportunidade de fazer minha primeira transmissão de futebol em rádio de um local bem peculiar – em cima da caixa d’água do Mutange, o que sempre vai ficar na minha memória como um marco nessa jornada.
Conclusão
Futebol Sergipano: Magá, muito obrigado por compartilhar sua história conosco. É enriquecedor ouvir sobre sua jornada e a influência que você teve na radiofonia.
Carlos Magalhães: Eu é que agradeço! Para mim, é sempre um prazer dialogar sobre a nossa história e as vivências que moldaram minha trajetória. Espero que essa conversa inspire outros a seguir caminhos semelhantes.
Futebol Sergipano: Qual foi a sensação de transmitir todos os jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo no México?
Carlos Magalhães: Foi um grande privilégio. Transmitir a campanha vitoriosa do Brasil, especialmente no México, foi uma experiência única. A atmosfera, os torcedores e o time excepcional que tínhamos fizeram dessa Copa algo inesquecível.
Futebol Sergipano: Você esteve presente na inauguração do Batistão em 1969. Como foi essa experiência?
Carlos Magalhães: Foi um momento histórico para o futebol sergipano. A inauguração do Batistão, com um jogo entre a Seleção Sergipana e a Seleção Brasileira, foi um evento grandioso. Ver Pelé, Clodoaldo, Rivelino e outros craques jogando aqui foi emocionante. A vitória por 8 a 2 da seleção brasileira mostrou a força daquele time.
Futebol Sergipano: Qual foi o papel que você desempenhou no evento?
Carlos Magalhães: Além de narrar o jogo, recepcionei toda a imprensa brasileira. Também organizei a transmissão para que todas as rádios pudessem cobrir o evento. Foi um trabalho intenso, mas muito gratificante.
Futebol Sergipano: O que mais te marcou naquele dia?
Carlos Magalhães: A presença do sergipano Clodoaldo, jogando ao lado de lendas como Pelé e Jairzinho, foi algo especial. Ver nosso estádio inaugurado com um jogo tão grandioso, e ter a oportunidade de estar envolvido nisso, é algo que guardo com muito carinho.
Essa matéria foi transcrita da entrevista de Anderson Machado com Carlos Magalhães no programa Arquivo.