A deputada Linda Brasil (Joel Luiz/Alese)
Nesta terça-feira (8), a deputada estadual Linda Brasil (Psol), líder da oposição na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), utilizou o Grande Expediente da sessão para denunciar a grave situação ambiental causada pelas obras da Prefeitura de Aracaju na antiga Zona de Expansão. Durante sua fala, a parlamentar relatou a visita que fez no dia anterior ao bairro Matapuã, onde se reuniu com moradores e marisqueiras locais, além de representantes de bairros vizinhos, como Mosqueiro, Gameleira, Robalo e Areia Branca. A principal preocupação apontada pelos presentes foi a degradação ambiental do Rio Vaza Barris, ameaçado pelas obras em andamento, que, segundo os moradores, estão sendo realizadas sem diálogo com a comunidade.
Linda Brasil destacou que a reunião com a população da região revelou um cenário de profunda apreensão. De acordo com os relatos ouvidos pela deputada, as obras da prefeitura têm favorecido grandes construtoras em detrimento do meio ambiente e das condições de vida dos moradores locais, que dependem dos recursos naturais para subsistência. A parlamentar denunciou que a gestão de Edvaldo Nogueira estaria promovendo intervenções que afetam ecossistemas frágeis, como lagoas, manguezais e cordões de dunas, sem um planejamento ambiental adequado.
“Estamos vendo a prefeitura destruir os manguezais, remover dunas e permitir que condomínios usem o Rio Vaza Barris para despejar seus esgotos. Isso é um ataque direto ao direito ao meio ambiente equilibrado, garantido pela Constituição”, afirmou a deputada durante seu discurso. Linda Brasil também criticou a falta de diálogo da gestão municipal com os moradores da região afetada pelas obras, que vêm sendo implementadas de forma autoritária e sem consulta prévia às comunidades que historicamente ocupam aquela área.
A deputada também questionou os reais interesses por trás das intervenções urbanas promovidas pela prefeitura na antiga Zona de Expansão. “As obras da prefeitura atendem prioritariamente aos interesses de grandes construtoras, que estão privatizando as margens dos rios e destruindo lagoas, em um claro projeto de especulação imobiliária”, afirmou a líder da oposição.
Além dos impactos ambientais e econômicos, Linda Brasil destacou as consequências sociais dessas intervenções. Moradores da região têm enfrentado processos de desapropriação, muitas vezes sem o devido reconhecimento de suas propriedades. “Os relatos que ouvimos são alarmantes. Famílias inteiras estão sendo obrigadas a aceitar indenizações irrisórias ou estão perdendo suas casas sem qualquer compensação, porque não possuem escritura dos seus imóveis. A prefeitura tem pressionado essas pessoas a cederem seus lares para abrir caminho para essas obras que só beneficiam o capital”, denunciou.