Em entrevista ao WW nesta quarta-feira (30), o pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV) Samuel Pessôa afirmou que se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seguir as propostas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, suas chances de reeleição em 2026 podem aumentar significativamente.
Segundo Pessôa, que também é chefe de pesquisa do banco Julius Baer Brasil, a implementação das medidas propostas por Haddad poderia trazer benefícios econômicos substanciais.
“Se ele mexer nessas inconsistências, fica claro que isso acontece, o câmbio vai para R$ 5, R$ 5,2”, explicou Pessôa, destacando que o câmbio atual está “muito fora do lugar”.
Impacto nas perspectivas econômicas
Pessôa argumenta que o cenário econômico melhoraria consideravelmente com a adoção das propostas de Haddad.
“O câmbio valoriza muito, a curva de juros despenca, o cenário fica muito melhor. Logo, a chance de reeleição aumenta.”
Ele ressalta que o desequilíbrio fiscal atual é um sinal de que a sociedade não consegue resolver internamente suas questões, o que é prejudicial para a economia.
O pesquisador da FGV também destacou a importância do equilíbrio fiscal, lembrando que Lula, em seu primeiro mandato, manteve políticas conservadoras nos primeiros três anos, o que contribuiu para sua alta popularidade nos anos seguintes.
Apesar dos potenciais benefícios, Pessôa expressa dificuldade em entender por que Lula hesita em seguir integralmente as propostas de Haddad.
Ele sugere que o presidente pode estar se baseando em estratégias passadas que o levaram ao sucesso político, mas ressalta que o contexto econômico atual é diferente.