Belo Horizonte recebeu quinta e sexta-feira (7 e 8/11) o segundo Encontro Nacional dos Gestores de Projetos do Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Empresas (Procompi), uma parceria entre a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Sebrae. O Ceará participa do evento com a gerente do Núcleo de Convênios e Parcerias (Nucop) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Cristina Moreira, a analista do Nucop, Renata Osterno, o analista do Sebrae/CE, Rogério Morais, e o empresário Paulo Rabelo, presidente do Sindroupas. Em 2024, o Procompi iniciou um novo ciclo e o objetivo do encontro é avaliar o andamento dos projetos, além de promover o compartilhamento de experiências exitosas.
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Cinco Estados brasileiros foram escolhidos para apresentar cases de sucesso e o Ceará foi um deles, destacando-se com o projeto “Adequação às empresas para certificação ESG”, voltado ao setor da moda. O projeto atende a 15 indústrias e ao longo do ano obteve resultados promissores ao trabalhar o desenvolvimento da governança nas empresas.
O projeto tem avançado a passos largos e uma empresa já conseguiu obter a certificação em ESG da FIEC, auditado por um dos maiores organismos certificadores do mundo. Outras sete empresas já estão preparadas para buscar a certificação. Para a indústria da moda, o selo amplia as possibilidades de negócios, pois facilita a captação de crédito e melhora a aceitação no mercado nacional e internacional.
Outro ponto abordado durante a apresentação cearense foi o avanço nas parcerias de negócios entre as empresas atendidas. Utilizando sobras de insumos do processo de fabricação, o projeto fomentou por meio de uma plataforma de negócios a criação de novos produtos e negócios sustentáveis. A ideia é que todo resíduo gerado nas indústrias de moda se torne um novo produto, fomentando a economia circular. Esse reaproveitamento, além de reduzir desperdícios, proporciona inovação e fortalece o ecossistema industrial local.
O projeto também gerou parcerias que promovem a moda verde. Uma delas é com a Cagece, que promove o programa socioambiental Reciclocidades. Graças a essa parceria, diversos resíduos gerados nas indústrias participantes foram utilizados pelo renomado estilista Kallil Nepomuceno para uma coleção especial, que será apresentada em desfile no mês de dezembro.
“Uma coisa vai puxando outra e o que a gente vê, ao final, é um grande impacto positivo não só para as empresas, mas para toda a sociedade. Não é à toa que, entre as cinco iniciativas com melhores resultados de todo o Brasil, essa foi uma das escolhidas. Esse projeto representa um marco na jornada do setor de moda do Ceará em direção à sustentabilidade e à inovação. Estamos conseguindo sensibilizar e preparar as empresas para a certificação, mudando todo o mindset em relação à sustentabilidade, além de fomentar as lideranças e estratégias voltadas à governança e ao associativismo. As empresas têm aproveitado bastante as oportunidades que o projeto traz”, destacou Cristina.
Para ela, o projeto de ESG é um excelente exemplo de como o Procompi pode transformar setores econômicos, levando inovação e governança sustentável. “O Ceará não só implementou boas práticas, mas também criou uma base para novos negócios e parcerias que beneficiam toda a cadeia da moda”, afirmou a gerente.
Rogério Morais destacou a visão estratégica de longo prazo do presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante, que vem promovendo diversas iniciativas visando preparar as indústrias cearenses para os desafios futuros. “Uma gestão moderna não baliza suas decisões no passado, mas pauta suas ações em tendências e prospecções. Com essa iniciativa, o Ceará reforça seu compromisso com a sustentabilidade e a competitividade no setor industrial, estabelecendo-se como referência na certificação ESG e no desenvolvimento de práticas inovadoras e responsáveis”, afirmou Morais, enfatizando a importância de uma gestão industrial focada na dinâmica das transformações, na sustentabilidade e na inovação.
O presidente do Sindroupas, Paulo Rabelo, relatou a sua experiência como empresário, juntamente com empresários de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia e São Paulo. Ele ressaltou a importância do Procompi e falou sobre como as empresas que demonstram compromisso com práticas sustentáveis e responsáveis são valorizadas a partir da conquista do selo ESG.
Para Paulo, a oportunidade de apresentar os resultados do projeto no evento em Belo Horizonte foi enriquecedora e transformadora.
“Foi uma honra ter esse, de certa forma, reconhecimento e a oportunidade de apresentar os resultados do projeto, servindo de inspiração para que outros estados também possam trilhar caminhos semelhantes e alcançar resultados positivos. Quero expressar minha gratidão à Cris, Renata e Rogério pelo convite e pela oportunidade de testemunhar de perto a qualidade e o empenho de uma instituição que conta com profissionais brilhantes lutando pela melhoria contínua das empresas. A certeza de que não estamos sós me enche de esperança e motivação. Talvez, esse seja o lema perfeito: não estamos sós. Saio desse encontro inspirado e com o desafio de contribuir ainda mais para a concretização desse projeto tão relevante para as empresas. É impossível não sentir uma pontinha de inveja ao imaginar como seria se mais empresários estivessem presentes e engajados, discutindo os temas que foram abordados – seria, sem dúvida, o cenário ideal. Mas sigo sonhando que um dia isso será realidade”, opinou.
O Encontro Nacional de Gestores do Procompi também incluiu a discussão da segunda chamada de projetos, onde o Ceará encaminhou mais cinco novos projetos para execução em 2025, demonstrando o contínuo empenho da equipe em criar oportunidades de aprimoramento da competitividade das indústrias cearenses. O encontro contou ainda com palestras sobre inteligência artificial e inovação, além de sessões de networking entre gestores de diferentes Estados, onde os desafios e os avanços dos projetos foram discutidos.
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