O estado do Amapá comemora, nesta terça-feira (26), o seu primeiro produto registrado como Indicação Geográfica (IG), na categoria Indicação de Procedência, pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O abacaxi produzido no município de Porto Grande, que já havia sido reconhecido como Patrimônio Imaterial do Estado, é agora 123ª IG do país.
A conquista é resultado do trabalho da Associação de produtores de Abacaxi do Porto Grande com apoio do Sebrae. A cidade, que fica a 102 quilômetros da capital Macapá, é o principal polo produtivo do fruto no estado, com estimativa de até 12 milhões de pés plantados. O fruto inspira, inclusive, uma festa que acontece desde a década de 1990 e reúne mais de 60 mil pessoas por ano.
Em 2020, o Sebrae realizou um diagnóstico nacional de potenciais indicações geográficas em diversas regiões do país. Foram feitas aproximadamente 200 entrevistas em todo o Brasil. No Amapá, duas regiões foram selecionadas: o município de Porto Grande, com a produção do abacaxi, e o Arquipélago do Bailique, com o açaí.
Hulda Giesbrecht, coordenadora de Tecnologias Portadoras de Futuro do Sebrae Nacional
Em 2022, o Sebrae no Amapá contratou uma consultoria para iniciar o trabalho de organização do processo que consistiu em levantar os documentos necessários para comprovar a reputação de Porto Grande na produção de abacaxi, sensibilizar a região e construir uma articulação com diversos órgãos. Esse processo durou cerca de um ano e o pedido de IG no INPI foi protocolado em junho de 2023. Agora, com a aprovação, o selo de IG se torna um diferencial competitivo para os produtores de Porto Grande.
Hulda lembra que o reconhecimento do INPI não valoriza apenas os produtores de abacaxi, mas abre novas perspectivas para toda a economia do município. “Abre novas possibilidades, inclusive, para o turismo, que deve atrair a atenção de visitantes do próprio estado e de outras regiões do país”, comenta.