O prefeito Edvaldo Nogueira autorizou, nesta terça-feira (10), o início de uma das maiores obras da história da capital sergipana e que faz parte do programa “Aracaju Cidade do Futuro”: a dragagem do Rio Poxim. Para que o serviço possa ser realizado, a gestão municipal investirá R$ 32,2 milhões, por meio do financiamento firmado com o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD). Com essa medida, será realizado o desassoreamento do Rio Poxim e um aprofundamento em três metros do leito do rio, solucionando problemas históricos de enchentes no bairro Jabotiana, sobretudo no Largo da Aparecida.
Para o gestor da capital, o início das obras representa “a concretização de um sonho idealizado desde 2017”. “Quando assumi a gestão, há cerca de oito anos, eu me comprometi em buscar recursos para a execução deste grandioso projeto e hoje, com a ordem de serviço, estou cumprindo. Foi no Largo da Aparecida, em 86, que tomei a decisão de um dia ser prefeito desta cidade. Eu trabalhava no gabinete do então prefeito, Jackson Barreto, quando presenciei a maior enchente desta região. Naquele dia, prometi que trabalharia para mudar a vida das pessoas e hoje tenho a alegria de dar mais um passo nesta direção. Essa é uma obra que vai solucionar os problemas de alagamento e proporcionará mais segurança e qualidade de vida para os moradores do Largo e de toda essa região”, salientou.
Edvaldo também detalhou os processos de execução da obra e reiterou a importância do programa “Aracaju Cidade do Futuro” para a melhoria da infraestrutura da cidade. “Essa é uma obra vultosa, fruto de um investimento de mais de R$ 30 milhões para dragar os 12 quilômetros de extensão do Rio Poxim. Tem áreas do rio que têm apenas de 50 centímetros a um metro de profundidade. É um serviço que será realizado desde a ponte próxima à UFS, até a foz do Rio Poxim, no Parque dos Cajueiros. Com isso, o leito do rio passará a ter três metros de profundidade. É uma obra que demanda tempo, mas que já está com os recursos garantidos, fruto do financiamento com o NBD, que tem transformado a cidade. É uma obra complexa, mas que, quando terminar, vai resolver um grave problema da cidade. Deixarei a Prefeitura no final do ano com a certeza de ter realizado um trabalho que transformou a vida dos aracajuanos”, frisou.
A obra
O serviço de dragagem do Rio Poxim será executado com duas técnicas: mecânica, feita com o uso de escavadeira, e hidráulica, a partir do uso de tubos de sucção. O intuito é estabelecer uma profundidade de três metros no leito do rio, nivelando a profundidade desse corpo hídrico da cidade.
O trabalho será executado ao longo de uma extensão de 12,5 km de rio, partindo do trecho que divide Aracaju com o município de São Cristóvão, na Avenida Marechal Rondon, seguindo até o encontro do Rio Poxim com o Rio Sergipe, no bairro Coroa do Meio. Equipamentos náuticos necessários para realização do procedimento, a exemplo de balsas, batelões, draga hidráulica e escavadeiras, estão sendo adequados aos parâmetros exigidos pela Marinha do Brasil.
“Esse rio foi acumulando sedimentos ao longo do tempo, seja por conta de construções irregulares, ou por conta da construção da barragem do Poxim. Basicamente, todo o leito está assoreado com areia e outros materiais. Nosso trabalho consiste em instalar uma draga para que seja retirada, por meio hidráulico e mecânico, essa areia depositada no fundo do rio. É um processo longo, demorado, mas que vai eliminar completamente o risco de alagamento nesta região. No ano passado, juntamente com a Defesa Civil de Aracaju, fizemos um teste com uma dragagem pequena que conseguiu minorar bastante o alagamento no Largo da Aparecida, mas esse trabalho que estamos iniciando é definitivo”, explicou o secretário municipal de Infraestrutura e presidente da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb), Sérgio Ferrari.
Ele também reforçou que, para a realização dos estudos necessários para a dragagem do rio, foi preciso contratar consultoria especializada no tema, o que garantirá a efetividade do serviço.“Como a Emurb não tem um especialista nesta área, tivemos que contratar uma consultoria de Santa Catarina, que tem especialização no assunto. O técnico responsável elaborou o projeto, fizemos vários ensaios da qualidade da água do rio, porque se constar material contaminante, não podemos colocar o sedimento ao lado, e descobrimos que o Poxim tem boa saúde. Esse trabalho foi muito bem elaborado e incluiu a participação de empresas de várias qualificações. Estamos trabalhando com um pessoal muito especializado. Desde o primeiro ano da gestão, o Planejamento Estratégico apontava o risco de alagamento. O problema demanda uma tecnologia muito complexa e, agora, chegamos ao resultado de um trabalho que será feito com muita precisão”, completou.
Expectativa
Para quem vive no Largo da Aparecida, o processo de dragagem do rio representa o início de uma nova história. É o caso da cuidadora de crianças, Tauane Silva Santos.“Antigamente, quando começava a chover, a gente já ficava com o coração na mão, porque sabíamos que iria alagar. Depois desta obra que a prefeitura começou, tenho certeza de que a gente não vai mais passar por essa situação. Já perdemos muitos móveis, era um desespero. Com a atual gestão, isso diminuiu porque, além de tirarem a gente daqui e levarem para um hotel, também cuidam dos nossos bens. Mas a gente precisa sair de casa. Com a obra, não passaremos mais por isso. É o fim se um pesadelo”,comemorou.
“Aracaju Cidade do Futuro”
O programa “Aracaju Cidade do Futuro” é um pacote de 23 obras viabilizadas a partir do financiamento firmado pela Prefeitura de Aracaju com o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), o banco dos Brics, bloco econômico mundial multilateral formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Atualmente, estão em execução as obras de infraestrutura dos loteamentos monte Belo e Porto do Gringo (Soledade), Jardim dos Coqueiros e Estrada do Aloque (jabotiana), Costa Verde I e II (Aruana), Recanto da Jaqueira (Porto D’antas), Visconde II e Assentamento São Sebastião (Cidade Nova), Veneza II (Capucho), Luciana, Novo Horizonte e entorno da Igreja Santa Rita (Santa Maria), Paraíso do Sul (Santa Maria) e rua Vila Ana (Santo Antônio), além da construção do canal da zona de Expansão (Mosqueiro/Areia Branca), revitalização das avenidas Visconde de Maracaju e Juscelino Kubitschek (Santo Antônio/Cidade Nova/Santos Dumont).
Foto: Ana Lícia Menezes/PMA