O banco central da Argentina cortou sua taxa de juros de referência em 500 pontos-base nesta sexta-feira (1º), para 35%, em uma medida surpreendente, sinalizando o crescente otimismo de que poderá controlar a inflação de três dígitos do país.
O corte foi a sétima vez que a taxa de juros foi reduzida desde que o presidente libertário Javier Milei assumiu o cargo em dezembro, quando a taxa era de 133%.
Milei tem como alvo a taxa de inflação do país, que há muito tempo é um entrave para a poupança e a atividade econômica. Embora a inflação anual permaneça acima de 200%, a inflação mensal caiu drasticamente para cerca de 3,5%, de mais de 25% no final de 2023.
“A decisão é baseada no contexto de liquidez e na queda observada nas expectativas de inflação”, disse o banco central em um comunicado, que também apontou para o “fortalecimento da âncora fiscal” do governo.
O governo de Milei reverteu um profundo déficit fiscal com grandes cortes de gastos, mas as medidas afetaram o crescimento econômico e aprofundaram uma recessão, ao mesmo tempo em que elevaram as taxas de pobreza para mais de 50%.
Com 209%, a taxa de inflação anualizada da Argentina continua entre as mais altas do mundo, embora tenha caído consistentemente nos últimos meses, atingindo seu nível mais baixo desde 2021 em setembro.
Milei estabeleceu duros cortes de gastos durante seus cerca de 11 meses no cargo, incluindo a eliminação de subsídios de energia e transporte.
Na quinta-feira, dados oficiais mostraram que o esquema de anistia fiscal do governo atraiu cerca de 18 bilhões de dólares de volta aos bancos locais, com o estágio inicial do programa estendido até 8 de novembro.