O valor médio da refeição completa cresceu 49% desde 2019, subindo de R$ 34,62 cinco anos atrás para R$ 51,61 atualmente. O avanço, contudo, não acompanha a renda da população, já que o salário mínimo do brasileiro teve um incremento de 41% no mesmo período — atualmente em R$ 1.412.
Para 2025, o governo prevê um valor de R$ 1.502, após uma mudança nas regras da política de valorização do salário mínimo, com o reajuste pela inflação do ano anterior pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), mais o crescimento do PIB dos dois anos anteriores.
Os dados são da pesquisa + Valor, feita pela Ticket, a qual revela que quem recebe cinco salários mínimos (R$ 7.060) tem cerca de 15% de sua renda comprometida com as refeições e quem recebe três salários mínimos tem em média 24% de comprometimento.
Sem vale-refeição (VR), uma pessoa precisaria desembolar por mês R$ 1.032,23 para se alimentar fora somente no almoço durante a semana de trabalho.
E, se a esse valor se junta os R$ 709,28 da cesta básica, calculada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), o custo da refeição chega a comprometer mais de 100% da renda.
Segundo pesquisa mensal do DIEESE, em julho, o salário necessário à população par suas atividades deveria ser de R$ 6.802,88.
Natália Ghiotto, diretora de produtos da Ticket, disse que esse cenário evidencia “o esforço que os trabalhadores precisam fazer para garantir as refeições nos dias trabalhados. O que também reforça a importância do benefício de refeição oferecido pelas empresas como garantia de acesso a uma refeição completa e de qualidade”.
Mas, são as pessoas do sudeste que mais sofrem com essa realidade, á medida que o valor de uma refeição completa fora de casa na região compromete 77% do salário mínimo.