A Azul anunciou a conclusão do processo de negociação com seus arrendadores e fabricantes de aeronaves e detentores de títulos de dívidas, que resulta na exclusão de mais de R$ 11 bilhões de dívidas e obrigações da companhia, além de garantir o fortalecimento no fluxo de caixa de mais de R$ 1,8 bilhão até o final de 2027.
A companhia informa que o resultado provém da troca dos instrumentos conversíveis em participação da companhia com seus parceiros comerciais no valor de R$ 3,3 bilhões em 94 milhões de ações preferenciais AZUL4 e da conversão de mais de R$ 4,6 bilhões de dívidas financeiras com vencimento em 2029 e 2030, além de outras melhorias no fluxo de caixa da empresa.
“Este é mais um momento muito importante na história da Azul, pois encerra um processo de negociação que torna a nossa empresa mais sólida e robusta. Além da extinção de R$ 11 bilhões das obrigações financeiras, recebemos hoje um aporte de novo capital de mais de R$ 3,1 bilhões, que irão reforçar o balanço da companhia e garantir que estejamos mais fortes que nunca”
John Rodgerson, CEO da Azul
A Azul informa ainda que “a negociação da extinção de obrigações inclui acordos comerciais estratégicos com arrendadores, fabricantes e outros fornecedores, garantindo ainda um fortalecimento no fluxo de caixa de mais de R$ 1,8 bilhão até o final de 2027. A finalização dos acordos, além de proporcionar uma melhoria no fluxo de caixa nos próximos três anos, trará uma desalavancagem de aproximadamente 1,4x de maneira pró-forma sobre os números do 3º trimestre de 2024”.
“Estamos muito otimistas em relação ao futuro da Azul. Temos prevista a chegada de 15 novos Embraer E2 ao longo do ano, que serão extremamente valiosos para garantir a conectividade dos nossos Clientes e ampliar o acesso ao modal aéreo em todo o País. Agradecemos a confiança de nossos parceiros e investidores que nos permitiu concluir com sucesso essa negociação de maneira amigável e que seguirão nos apoiando no fortalecimento constante da Azul”
John Rodgerson, CEO da Azul
Reestruturação acontece em meio a possível fusão com a Gol
A reestruturação financeira da Azul acontece em meio à possibilidade de fusão com a Gol, após assinatura do Memorando de Entendimento (MoU) não vinculante com a intenção de combinar seus negócios no Brasil.
Segundo as companhias, a fusão “posicionará o Brasil em um nível maior de força global em um setor altamente globalizado”. E de acordo com dados mais recentes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a união das duas companhias criaria uma holding com cerca de 60% de participação no mercado, embora permaneçam com suas operações e marcas separadas.
O objetivo da combinação de negócios é aumentar a oferta de voos domésticos e internacionais. Juntas (mas separadas) poderiam operar quase 1.800 voos diários, para mais de 200 destinos, com uma frota que ultrapassaria a marca de 300 aeronaves, entre jatos de Airbus, ATR, Boeing, Embraer e Cessna.