A Cosan informou nesta quarta-feira (9) que decidiu não prosseguir nesse momento com a oferta pública inicial de ações (IPO) da subsidiária Moove.
A Moove, que tem como acionista a firma europeia de private equity CVC Capital Partners, lançou o IPO na Bolsa de Valores de Nova York no início deste mês, buscando uma avaliação de até US$ 1,94 bilhão.
A operação daria fim a uma seca de quase três anos de IPOs de empresas brasileiras, tanto no Brasil quanto no exterior.
Em fato relevante encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Cosan disse que, “em função das condições adversas de mercado, decidiu não prosseguir, nesse momento, com a oferta inicial de ações de sua subsidiária Moove”, sem detalhar.
Segundo relatado à Reuters por uma fonte com conhecimento do assunto, a demanda pelas ações foi menor do que o esperado, já que alguns investidores expressaram receios sobre o fato de a Moove estar baseada no Brasil.
A Cosan não informou quando ou se o IPO será retomado no futuro. A Moove e parte de seus acionistas buscavam levantar até US$ 437,5 milhões por meio da oferta de 25 milhões de ações a preços entre US$ 14,50 e US$ 17,50 por unidade.
A Moove tem sede em São Paulo e foi formada em 2008, quando a Cosan adquiriu os ativos de lubrificantes da ExxonMobil no Brasil. Sob a marca Mobil, a empresa produz e distribui lubrificantes como óleos de motor, graxas e fluidos industriais, entre outros, para uso em veículos, equipamentos, máquinas e aviões.
Desde 2011, a Moove busca a expansão internacional. Em 2012, entrou na Europa ao comprar a unidade de lubrificantes da ExxonMobil no Reino Unido, Comma Oil & Chemicals, e no mercado de lubrificantes dos EUA em 2018, ao adquirir Lubrificantes Comerciais.
Em 2019, a CVC adquiriu 30% do capital da empresa por R$ 588,6 milhões.
O IPO da divisão de lubrificantes da Cosan seria o primeiro de uma empresa brasileira desde 2021, quando o Nubank listou suas ações nos Estados Unidos.