*Milton Alves Júnior
Reconhecida no estado de Sergipe pela representatividade eleitoral conquistada nos pleitos de 2020 e 2022 – apesar de não atingir a quantidade necessária de votos para assumir um mandato, Executivo Municipal e Senado Federal, respectivamente -, a Delegada Danielle Garcia (MDB) oficializou a candidatura do seu grupo, mesmo com baixas de nomes considerados importantes. Apesar de protagonizar uma chapa puro sangue, formada com o Professor Ayslan, a ex-secretária de Estado da Mulher, em uma semana de campanha oficial, já aparece nas pesquisas de intenção de voto empatada tecnicamente em segundo lugar. Em diálogo com o JORNAL DO DIA, a delegada apresentou parte do seu projeto de governo e sua análise do cenário político local.
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JORNAL DO DIA – A divisão do bloco governista – são três candidatos – preocupa a sua candidatura?
DANIELLE GARCIA – De forma alguma. Cada um está exercendo o seu direito democrático de ser candidato e buscar o apoio da população para chegar à Prefeitura de Aracaju. E é isso que eu e meu vice, o professor Ayslan, estamos fazendo diariamente, através de nossas agendas de ruas, nas entrevistas e debates promovidas pela imprensa, além das nossas redes sociais. E as pesquisas seguem mostrando que estamos no caminho certo, pois a nossa candidatura, desde que foi confirmada oficialmente na convenção, é a que mais cresce, mesmo com as atividades se intensificando tempo depois e com menos recursos que outras. Os aracajuanos conhecem e confiam em nosso projeto para promover a mudança que Aracaju precisa.
JD – Pais e/ou responsáveis por crianças especiais denunciam ausência de educação de qualidade nas unidades escolares. Como a senhora pretende resolver este problema?
DG – A nossa gestão vai trabalhar para oferecer educação de qualidade para todos e todas, valorizando os profissionais da educação, zerando a fila das creches, garantindo a alfabetização na idade certa, além de promover a educação inclusiva de forma plena e eficaz. O Núcleo de Atendimento Educacional Especializado terá uma equipe multidisciplinar formado por profissionais da Educação e da Saúde como pedagogas, psicólogas, fonoaudiólogas, neurologistas e pediatras. Será estabelecido um fluxo para o encaminhamento das crianças para avaliação e diagnóstico com posterior indicação das atividades de inclusão que deverão ser realizadas nas escolas. Os dados provenientes destes atendimentos serão utilizados ainda para melhorar todo o sistema educacional municipal. Somado a isso, vamos implementar o Centro de Apoio para a Educação Inclusiva, uma unidade especializada de ensino destinada ao público neuroatípico, com ambientes especializados conforme as faixas etárias, entre eles, parquinho, salas de fisioterapia e interação sensorial, unidades ocupacionais e profissionalizantes, sala para terapia ocupacional, fonoaudiologia, neurologia, integração sensorial e musicoterapia, quadra poliesportiva, sala de psicomotricidade, piscina, entre outras instalações e serviços. Crianças e jovens utilizarão o espaço no contraturno da escola sendo obrigatória a vinculação com a frequência escolar.
JD – Profissionais da saúde básica lamentam que a baixa procura por vacinas seja reflexo da atmosfera negacionista impulsionada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Danielle prefeita, como será a respectiva ação na tentativa de ampliar a imunização da população?
DG – Infelizmente, muitas pessoas criaram essa resistência às vacinas depois de tantos fake News criados durante a pandemia. Mas, as vacinas sempre desempenharam um papel importante na saúde, nos protegendo de diversas doenças. Por isso, é importante intensificar as ações de divulgação das campanhas de vacinação em todos os meios possíveis, reforçando, por exemplo, que as pessoas podem comparecer em qualquer Unidade Básica de Saúde para tomar as vacinas necessárias. E, dentro das possibilidades técnicas, levar postos itinerantes às comunidades, escolas e outros pontos estratégicos da nossa cidade.
JD – Pontos históricos da capital sergipana estão abandonados há sucessivos anos. O JORNAL DO DIA já destacou o cenário do memorial, localizado na Praça da Bandeira. Quais os projetos para resgatar estes espaços e torná-los ambientes de lazer?
DG – Espaços como este precisam de atenção do poder público e não podem ficar abandonados. Por isso, vamos promover a revitalização e funcionamento, seja com recursos próprios ou através de parcerias, pois estamos falando da preservação da nossa história e cultura. Inclusive, incluir estes espaços no calendário de ações das escolas da rede municipal como atividade complementar, além de tornar também esses ambientes em atrativos para aracajuanos e turistas. Bons exemplos para isso temos muitos em nossa capital.
JD – Servidores defendem realização de concursos públicos; empresários defendem ampliação de empregos terceirizados. Isso sem falar dos cargos em comissão. Como pretende administrar o quadro funcional da PMA?
DG – Importante dizer que todos esses profissionais são importantes para o funcionamento dos serviços públicos. Mas, enquanto servidora pública, entendo que a contratações via concurso são essenciais em diversas áreas da gestão, mas com responsabilidade. Por isso, vamos manter sempre os canais de diálogos com as categorias para captar suas demandas e, dentro do possível, atendê-las. Mas, não abriremos mão das demais formas de contratação previstas na legislação. Os aracajuanos podem esperar de nós uma gestão responsável com os recursos públicos e com o funcionamento efetivo dos serviços.
JD – No âmbito da prevenção de catástrofes e recorrentes inundações da cidade em dias de chuvas intensas, qual o planejamento de ações operacionais para os próximos quatro anos?
DG – Esse é outro problema que precisa ser solucionado com ações efetivas. Será elaborado o Plano Municipal de Adaptação às Mudanças Climáticas, traçando diretrizes e recomendações adequadas e apropriadas à cidade. A partir da cooperação internacional com os Países Baixos, por exemplo, traremos para Aracaju o que existe de mais moderno na adaptação das cidades para que sejam mais resilientes. Vamos realizar a mudança progressiva do asfalto tradicional para o asfalto permeável (esponja), que tem um potencial de absorção de até 4 mil litros de água por minuto. Em vez de se comportar como uma capa de chuva impermeável, a cidade deve ser capaz de absorver a água da chuva, reduzindo o risco de inundações. Também implantaremos os jardins de chuva, mini jardins que são instalados nos pontos de encontro de calçadas, cruzamentos, eles ajudam a segurar a água da chuva e evitar alagamento na região onde é instalado. Outro projeto que queremos implementar é um novo parque no Jabotiana com um sistema de drenagem inovador que irá canalizar a água para uma lagoa de retenção, a exemplo do que já existe em Brasília.
JD – As mais recentes pesquisas de intenção de voto indicam crescimento da sua candidatura. Qual a sua avaliação sobre este cenário e qual perspectiva para os próximos 30 dias de processo eleitoral?
DG – A gente vê como natural esse crescimento após a confirmação oficial da nossa candidatura, ao lado do professor Ayslan, a prefeita de Aracaju. Intensificamos nossos atos nos bairros e, consequentemente, o contato olho no olho com os aracajuanos, que, diga-se de passagem, demonstram que já conhecem e confiam na delegada Danielle. Tanto que, além dos quase 110 mil votos obtidos no segundo da eleição para prefeita em 2020 e dos mais de 72 mil votos na capital na disputa para o Senado, seguimos pontuando muito bem em todas as pesquisas sérias divulgadas até aqui. Vamos continuar intensificando as ações de campanha para avançar cada vez mais e, com o apoio das aracajuanas e dos aracajuanos, vencer as eleições e nos tornarmos a primeira mulher eleita prefeita de Aracaju.