O iFood anunciou a retomada e expansão das entregas por drones em Sergipe, destacando a operação como uma estratégia para reduzir custos logísticos e testar modelos que poderão ser aplicados em outras regiões.
Rodolfo Klautau, diretor de Logística da empresa, explicou que a iniciativa visa combinar eficiência, inovação tecnológica e expansão gradual das rotas aéreas.
“Atualmente, conseguimos realizar entregas em um raio de até 10 km em menos de 10 minutos, com cargas de até 5 kg. O planejamento para os próximos anos é continuarmos ampliando as capacidades tecnológicas das aeronaves, acompanhado de ganhos em custos” , afirmou Klautau.
Ele acrescentou que a operação com drones já mostrou redução de até 60% no tempo médio de entrega em comparação com métodos tradicionais e impactos positivos na sustentabilidade, como a diminuição de emissões de carbono.
A operação é realizada em parceria com a Speedbird Aero e integra o modelo multimodal do iFood, que combina bicicletas, motos, carros, barcos, robôs e drones.
A nova aeronave pode transportar até 5 quilos por viagem — aumento em relação ao limite anterior de 3 quilos — e atender até 280 pedidos por dia, sete dias por semana, durante dez horas diárias.
O percurso do drone parte do Shopping RioMar, em Aracaju, e cruza o rio Sergipe em menos de um minuto sobre áreas com pedestres, chegando à cidade vizinha de Barra dos Coqueiros.
O voo de cerca de quatro quilômetros reduz o tempo de entrega de quase uma hora por transporte terrestre para até 30 minutos, enquanto o entregador continua responsável pelo trecho final até o consumidor.
Klautau explicou que a expansão será estratégica e orientada por fatores técnicos.
“As próximas cidades que deverão receber o serviço de entrega por drones serão escolhidas estrategicamente nas regiões metropolitanas e em áreas suburbanas com alta demanda e desafios logísticos que são endereçados pelo uso do drone. Estamos analisando fatores como densidade populacional, topografia urbana e regulamentação para escolher as regiões mais viáveis” , disse.
Sobre os custos operacionais, o diretor destacou que a experiência inicial indica viabilidade econômica com potencial de redução progressiva.
“A operação com drones mostrou custos operacionais que podem ser bem competitivos no futuro, com o crescimento de pedidos e adição de demanda que hoje não é atendida. Pedidos com drones tendem a ser mais rápidos, impactando positivamente na conversão” , afirmou.
A Speedbird Aero é a única empresa com dois modelos de drones aprovados pela Anac para operações BVLOS (“além da linha de visada do operador”) voltadas à entrega de cargas.
Cada processo de certificação levou de 12 a 24 meses e contou com aprovação tanto da Anac quanto do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea).
IG