A declaração de guerra contra os professores da rede estadual é o ápice de um confronto que já dura meses
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O governador Fabio Mitidieri mordeu a língua ao fazer pouco caso do suor derramado pelo magistério estadual, dia após dia, em sala de aula. Flagrado em vídeo divulgado pelo Sintese, microfone em punho, vociferando contra os professores da rede estadual, Mitidieri depôs apenas contra si mesmo.
Segundo o governador, os professores da rede estadual não trabalham. Ele estaria movendo céus e terra para promover o ensino público de qualidade, entregando novas escolas todos os dias, mas nunca teria visto os professores com a mão na massa.
A declaração de guerra contra os professores da rede estadual é o ápice de um confronto que já dura meses, desde quando o governador fechou a porta para um diálogo franco com a categoria. Somente agora, no entanto, o governador se mostra com unhas e dentes, em posição de ataque, sem máscara.
A postura do governador é vergonhosa. E faz o cidadão se perguntar: o que reivindicam os professores?
Descongelamento da Gratificação de Tempo Integral, do Triênio e de gratificações fixas reajustáveis; garantia da recuperação do poder aquisitivo do Magistério Público Estadual, em relação às perdas salariais acumuladas, no período de 2012 até 2024; melhorias nas condições de trabalho e nas estruturas físicas das escolas; retorno dos auxílios internet e tecnológico e convocação de concurso público para Rede Estadual de Ensino.
O conjunto de reivindicações do magistério estadual é o mais justo, não merece a reação desequilibrada do governador Fabio Mitidieri. Muito ao contrário. Só quem já encarou uma sala de aula com dezenas de alunos, horas a fio, sabe como o trabalho do professor é árduo