Em entrevista ao WW desta quinta-feira (19), o ex-diretor do Banco Central Luiz Fernando Figueiredo comentou o atual cenário econômico do país e as perspectivas de resposta do governo à crise.
Figueiredo, com mais de 40 anos de experiência no mercado, afirmou: “Em todas as situações em que o ambiente se torna um ambiente de crise há uma resposta”.
Ele ressaltou que, embora às vezes essa resposta possa ser tímida, em outras ocasiões o governo pode tomar medidas mais assertivas.
Fases da crise econômica
O ex-diretor do BC delineou as fases típicas de uma crise econômica:
- Negação: governo inicialmente nega a existência da crise.
- Busca por culpados: em seguida, procura-se um “inimigo” para responsabilizar.
- Reconhecimento: o governo começa a olhar de fato para o problema.
- Solução: após essas etapas, surge a solução.
Figueiredo argumentou que o Brasil já está vivenciando uma crise aguda. Como evidência, citou as ações recentes do Banco Central: “O Banco Central teve que vender uma montanha de dólares. Eu não lembro na nossa história de ter vendido tantos dólares em tão pouco tempo”.
Medidas de contenção
Além das intervenções do Banco Central, Figueiredo mencionou que o Tesouro Nacional também teve que realizar recompras de diversos papéis, indicando que “o botão de crise está ligado”.
Embora não tenha especificado quando exatamente o governo irá responder à crise, o ex-diretor do BC mostrou-se confiante de que uma resposta virá: “Eles vão acabar respondendo”.
Esta afirmação sugere que, apesar das incertezas, há expectativa de ações governamentais para enfrentar os desafios econômicos atuais.