Por Ramon Barbosa
Todos os clientes do bar de Luiz são especiais, é bom que se diga, mas sempre tem aqueles que se destacam, por ter a ida ao bar como rotina. Um desses clientes era Porfírio Ribeiro Neto.
Natural de Ferradas (BA), Ribeiro Neto, Popó para os íntimos, semanalmente ia ao Bar de Luiz. Se, por um lado, seus cabelos grisalhos confirmavam quanta história ele tinha pra contar, bastava meia conversa para saber que se tratava de um “eterno garoto”.
Popó era um aposentado que fez de tudo um pouco: foi compositor de músicas e poesias, radialista, tocou em banda, foi várias vezes campeão como técnico de futebol em clubes sergipanos, jogou nos times de base do Club de Regatas Vasco da Gama e Clube de Regatas do Flamengo.
O mais importante: Zico jogou com ele no flamengo, não foi ele quem jogou com Zico – justificava que ele teria entrado primeiramente no clube carioca.
Ribeiro Neto costumava sentar-se à mesa que fica em frente à televisão, para assistir aos jogos de futebol, em regra acompanhado dos amigos Beto Hora, Ramon Barbosa e João Correia – todos viciados no esporte.
Uma vida inteira não é suficiente para contar todas as histórias dessa turma, mas uma coisa é fato, sempre tinha que ter cerveja e/ou futebol no meio. Popó tinha um sonho específico, informação que ficará guardada apenas pelos mais íntimos, mas era causa de boas risadas.
A pandemia da Covid-19, maior crise sanitária que o Brasil enfrentou, foi a responsável por impedir que Porfírio continuasse a frequentar o Bar de Luiz, sendo a causa da sua morte em 05 de maio de 2021.
Engana-se, todavia, quem pensa que nunca mais ele voltou ao seu lugar de preferência. Um cliente que é médium vidente narrou que viu um espírito, descrevendo as mesmas características de Popó, sentado na mesa em frente à televisão, assistindo ao futebol.
As histórias ficarão eternizadas pelos seus amigos e Popó da Gávea continua – até hoje – sendo o responsável por garantir a cerveja “saideira”, quando acaba o jogo.
