O Ministério da Fazenda aumentou a projeção de alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 de 3,2% para 3,3%. Com a revisão, o governo está mais otimista que o mercado. A mediana das expectativas dos analistas ouvidos pelo Banco Central (BC) aponta para um crescimento econômico de 3,1% no ano. Os dados foram apresentados pela Secretaria de Política Econômica (SPE) no Boletim Macrofiscal, divulgado nesta segunda-feira (18).
A revisão, segundo a SPE, ocorreu diante de “mudanças marginais”, com destaque para o ligeiro aumento na expectativa de expansão do PIB no terceiro trimestre, que subiu de 0,6% para 0,7%.
“A mudança na projeção reflete pequenas revisões nas estimativas de crescimento para o setor agropecuário e de serviços. Na margem, a perspectiva é de desaceleração no ritmo de crescimento, principalmente em função da forte expansão observada no segundo trimestre. Na comparação interanual, no entanto, projeta-se aceleração do crescimento, de 3,3% no segundo trimestre para 3,9% no terceiro”, disse.
Para 2025, a projeção de crescimento foi mantida em 2,5%, apesar do aumento esperado para a taxa básica de juros nos próximos meses. Segundo a SPE, as expectativas para a safra de grãos e para a produção extrativa em 2025 melhoraram significativamente, “compensando o efeito negativo da política monetária mais contracionista sobre a atividade”.
Estimativa para inflação também aumenta
O governo também aumentou de 4,25% para 4,4% a projeção de inflação para 2024, abaixo das estimativas de mercado. Entre os analistas ouvidos pela BC, a mediana das expectativas está em 4,64%. Para 2025, a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve pequena alta de 3,4% para 3,6%, ainda abaixo da expectativa dos economistas. No Boletim Focus a estimativa está em 4,12%.
“O processo de desinflação deverá continuar nos próximos anos, com desaceleração dos preços livres e monitorados. Para 2025, a previsão de inflação foi revisada de 3,40% para 3,60% a fim de incorporar maiores efeitos inerciais, o aumento esperado para a inflação de proteínas animais, reverberando as perspectivas para o ciclo de abate de bovinos, e os impactos da depreciação cambial mais recente”, informou a Fazenda.
Fonte: Exame