Enquanto 1 em cada 10 brasileiras utilizam chat de inteligência artificial (IA) como amigo ou conselheiro, empresas vêm apostando em usar a ferramenta dentro de processos seletivos para ajudar candidatos a se prepararem.
Exemplo recente disso é o da Nestlé Brasil, que implementou em seu processo seletivo para Trainee 2025 o uso de um chatbot em uma das fases do processo, com candidatos respondendo em áudio questões sobre trajetória e habilidades.
Com essas informações, a IA envia um feedback personalizado à pessoa, dando dicas de como melhorar as respostas.
O chatbot não é classificatório, ou seja, ele não realiza testes ou gera nota de desempenho, por exemplo. A IA atua mais como um apoio de treinamento antes da fase de painéis em que ocorrem as avaliações, de fato.
Com a ferramenta, os candidatos podem destinar um tempo específico para se preparar para a entrevista, podendo contar com o chatbot para apontar quais são os pontos fortes das respostas dadas pelo candidato, ressalta Izabel Azevedo, diretora de Talento & Cultura da Nestlé Brasil.
“Essa é a função do chatbot, atuar como um coach, que dá orientações e dicas específicas para cada participante”, afirma.
Paralelamente, o especialista em recursos humanos e diretor-geral da Robert Half, Fernando Montovani, explica que a tecnologia também traz impactos positivos nos processos de recrutamento.
“As ferramentas de IA oferecem uma vantagem crucial ao permitir a análise de um número maior de perfis e a identificação das melhores correspondências, o que economiza tempo e recursos valiosos para as empresas”, explica.
Tendência para o futuro
Por otimizar o tempo gastos em etapas do processo seletivo, Montovani enxerga o uso da tecnologia como uma tendência no segmento, mas de forma diversificada para cada empresa.
“O uso de IA no recrutamento é uma tendência crescente, mas sua viabilidade depende do porte e das necessidades da empresa. Pequenas empresas podem não se beneficiar tanto, já que o uso eficaz dessas ferramentas exige uma base robusta de dados e um treinamento contínuo”, diz.
E, apesar dos benefícios, Montovani destaca que ainda é essencial manter o elemento humano, uma vez que a IA complementa de forma a gestão e a eficiência desses processos.