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Indicador de desenvolvimento, minorias e crédito estão entre temas levados pelo Sebrae a congresso científico | ASN Nacional

O empreendedorismo feminino e de grupos minorizados entrou no debate do 53º Encontro Nacional de Economia da ANPEC (Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia), que acontece ao longo desta semana no Insper, em São Paulo. Em painel realizado nesta quinta-feira (18), o Sebrae apresentou um conjunto robusto de dados e pesquisas sobre pequenos negócios com o objetivo de aproximar a academia da realidade concreta de mulheres, pessoas negras, população LGBT+ e outros grupos no empreendedorismo brasileiro, e, a partir disso, contribuir para políticas públicas mais aderentes ao cotidiano produtivo do país.

A apresentação partiu da premissa de que políticas econômicas eficazes precisam ser construídas sobre evidências empíricas. Nesse contexto, o Sebrae defendeu que os dados produzidos pela instituição — reunidos em plataformas como o DataSebraepodem apoiar estudos acadêmicos mais precisos sobre desigualdade, mercado de trabalho, crédito, informalidade e desenvolvimento econômico local. Indicadores criados pelo Sebrae, o programa Conexões Corporativas e pesquisas na área de políticas públicas perpassaram a apresentação da instituição no congresso científico.

Renata Malheiros, que é gestora nacional do Sebrae Delas, destacou que as pesquisas ajudam a desmontar a ideia de um empreendedor “neutro”, desvinculado de fatores sociais, culturais e econômicos. “Os dados mostram que pessoas empreendem a partir de realidades muito diferentes. Gênero, raça, classe social e território criam barreiras adicionais que impactam diretamente o tempo disponível, o acesso a oportunidades e o desempenho dos negócios”, afirmou.

Renata Malheiros falou da importância de considerar fatores sociais, culturais e econômicos em análises sobre empreendedorismo

Segundo dados do Sebrae, mulheres se dedicam cerca de 17% menos horas aos seus negócios do que os homens, enquanto dados do IBGE indicam que elas dedicam o dobro de tempo às tarefas de cuidado. “O dia tem 24 horas para todo mundo. Quando entendemos isso com base em dados, conseguimos ajustar políticas públicas e também a forma como atendemos essas empreendedoras”, explicou Renata.

Caminhos para superação

Entre os caminhos apontados estão políticas de cuidado, como creches, escolas em tempo integral e restaurantes comunitários, além de adaptações práticas no atendimento, como oferta de espaços para crianças durante cursos e capacitações. A gestora também chamou atenção para barreiras culturais que afetam competências socioemocionais essenciais ao empreendedorismo, como autoconfiança, liderança, negociação e construção de redes, bem como o acesso ao crédito, que é ainda mais difícil para grupos subrepresentados.

Márcio Borges, analista de Empreendedorismo Feminino, Diversidade e Inclusão do Sebrae, destacou pontos importantes de pesquisa da instituição que identificou que 9% dos donos de negócios no país se declaram LGBT+, o que representa 3,7 milhões de pessoas. Ele ressaltou que a maioria desse grupo empreende por necessidade em um mercado de trabalho cerceador do direito de serem quem são.

Gestores do Sebrae apresentam dados e pesquisas para aproximar a academia da realidade dos pequenos negóciosQuando recorta para a população trans, a necessidade é ainda maior, apontou Márcio, lembrando que a expectativa de vida de uma pessoa trans no Brasil é de 37 anos. Ao abordar as dificuldades, ele destacou que, sobretudo nas famílias mais pobres, essas pessoas em geral são expulsas de casa e ficam sem qualquer amparo, o que justifica políticas e programas específicos para as minorias.

Território, informalidade e desenvolvimento

O painel também abordou a informalidade entre os pequenos negócios no Brasil. Hoje, 96% dos CNPJs brasileiros são microempreendedores, micro e pequenas empresas, respondendo por 26,5% do PIB e 41% da massa salarial. Ainda assim, cerca de 20 milhões de empreendedores seguem na informalidade, muitos por não se reconhecerem como empresários ou por serem atendidos por programas públicos pouco aderentes às realidades locais.

Na esteira desse debate, Mariana Alvarenga, analista de Políticas Públicas do Sebrae, apresentou dados de pesquisa da instituição sobre a presença de microempreendedores entre os incluídos no Cadastro Único do Governo Federal. Ela apontou informações relevantes sobre o perfil desse grupo para se pensar programas e soluções e terminou sua apresentação com uma pergunta intrigante: “Se cada empreendimento informal se transformasse em um negócio estruturado, qual seria o impacto desses milhares de negócios na economia do Brasil?

Valdir Oliveira reafirmou o compromisso do Sebrae no apoio a empreendedores para acesso ao crédito

O Sebrae levou, ainda, exemplos de como os dados podem se transformar em ferramentas práticas para apoiar decisões territoriais. Iniciativas como o Programa de Desenvolvimento Econômico Local (DEL) e o Índice Sebrae de Desenvolvimento Econômico Local (ISDEL), desenvolvidos pelo Sebrae Minas Gerais, foram apresentados por Bárbara Castro, da Unidade de Inteligência Estratégica do Sebrae Minas.

Bárbara mostrou como o indicador construído pelo Sebrae, com informações para 100% dos municípios brasileiros, vem sendo amplamente usado por mais de 200 cidades. A ferramenta traz conhecimento vital para uma atuação estratégica de gestores públicos e também de empreendedores para identificar vocações, fragilidades e oportunidades nos municípios, funcionando como instrumentos de apoio à tomada de decisão e ao planejamento econômico.

Conexões que geram negócios

Um dos projetos mais estruturados do Sebrae também foi apresentado no Encontro Nacional de Economia. É o programa Conexões Corporativas, que faz a interação entre pequenos negócios e grandes empresas, qualificando a cadeia de fornecedores numa operação “ganha-ganha”.

Impactos do programa Conexões Corporativas foram apresentados por Renato Perlingeiro

Renato Perlingeiro, coordenador de Negócios e Conexões no Sebrae, apresentou os grandes números da iniciativa, que já alcançou 607 grandes empresas parceiras e mais de 191 mil pequenos negócios atendidos em 887 iniciativas nas 27 unidades da Federação. Em média, a cada real investido foram gerados R$ 25 em negócios.

Gerente de Capitalização e Serviços Financeiros do Sebrae, Valdir Oliveira apresentou dados sobre crédito a pequenos negócios no Brasil no encontro. Ele reafirmou o compromisso do Sebrae em apoiar o empresário de pequeno porte não somente com o Fundo de Aval da Micro e Pequena Empresa (Fampe), mas principalmente com o Crédito Assistido, que é uma iniciativa da instituição para levar conhecimentos sobre finanças para os empreendedores. Já foram mais de 500 mil atendimentos dessa natureza no âmbito do Programa Acredita.

Ao levar esse conjunto de informações para a ANPEC, o Sebrae reforça a importância de integrar dados, academia e políticas públicas. A proposta é estimular pesquisas que dialoguem com a realidade dos pequenos negócios e contribuam para estratégias mais eficazes de desenvolvimento econômico, inclusão produtiva e redução das desigualdades no país. A ANPEC congrega as instituições brasileiras que desenvolvem atividades de pesquisa e formação em nível de pós-graduação na área de Economia.

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