*Milton Ales Júnior
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Defendido de forma incondicional pelo prefeito Edvaldo Nogueira para representar todo o grupo partidário unido na vitória de Fábio Mitidieri em 2022, Luiz Roberto Dantas tem 59 anos, é advogado e também atuou em prol de sindicatos das carreiras federais. Foi servidor do Ministério da Fazenda e da Petrobras (por 32 anos). Também foi presidente da Fundação Municipal do Trabalho (Fundat) e da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), além de secretário de Estado de Desenvolvimento Urbano e Infraestrutura. Às vésperas do prazo para registro das candidaturas, o empresário e vereador Fabiano Oliveira (PP), foi anunciado seu vice-prefeito. Confira na íntegra a entrevista concedida ao JORNAL DO DIA.
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JORNAL DO DIA – Esta é uma das eleições na capital com maior número de candidatos a prefeito. Isso pode favorecer a sua candidatura, que representa a continuidade da gestão Edvaldo Nogueira?
LUIZ ROBERTO – O número de candidatos não representa um fator determinante para uma eleição. Penso que a qualidade das propostas e as habilidades e competências que os candidatos consigam demonstrar é que vão direcionar a decisão da população. A gestão Edvaldo Nogueira alcançou marcos históricos reconhecidos nacionalmente, inclusive recebendo prêmios em inovação e adensamento tecnológico, além dos indicadores que levaram à classificação de Aracaju como a capital com melhor qualidade de vida do Nordeste. Tudo isso graças a um planejamento primoroso, do qual participei. Minha candidatura vem com propostas efetivas para avançar ainda mais, pois conheço essa cidade como poucos. Sei dos problemas e sei como fazer para resolvê-los. A limpeza pública de Aracaju, por exemplo, e a manutenção da cidade como um todo ganharam destaque nacional. Inovamos, agregamos tecnologia e implantamos uma nova concepção de serviços urbanos na capital. Isso mostra minha obstinação por resultados, que serão ampliados para todas as áreas das políticas públicas caso eu seja eleito.
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JD – A divisão do bloco governista – são três candidatos – preocupa a sua candidatura?
LR – Preocupar, não. Lamentamos, apenas. Nossa intenção sempre foi que saíssemos todos unidos, trabalhamos para isso, porque há dois anos estávamos todos juntos para eleger o governador Fábio Mitidieri, mas, infelizmente, alguns projetos próprios falaram mais alto. Para mim o importante é contar com apoio do governador Fábio Mitidieri e do prefeito Edvaldo Nogueira, que estão firmes nesse propósito, por reconhecerem que a minha candidatura representa a melhor forma de fazer Aracaju avançar. Eles têm consciência do grande legado que atual administração edificou em nossa capital e sabem que comigo não há risco de Aracaju perder suas conquistas, nem estagnar nem retroceder, como já ocorreu no passado. Num ambiente democrático, as agremiações partidárias podem tomar suas decisões e adotar seus posicionamentos. Nosso grupo continua forte. Quem se dispersou é que, depois, vai prestar contas à história. Nós continuamos unidos, formando a maior conjunção de forças vista nos últimos tempos na política sergipana, contando com PDT, Progressistas, PSD, PSB, Republicanos e Solidariedade (SD). A chegada de Fabiano Oliveira consolida esse momento com o talento, o compromisso público e a renovação que tanto eu como ele representamos. Gestores com uma folha de serviços prestados e reconhecida capacidade de gestão, contando com aval das maiores lideranças políticas do estado e, principalmente, com o reconhecimento do povo aracajuano.
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JD – Apesar dos avanços nos últimos anos, há muitas queixas em relação aos setores de Saúde e Educação. Como contornar esses problemas?
LR – Nosso plano de governo foi construído em cima de uma análise criteriosa da oferta de serviços que dispomos hoje e ouvindo as comunidades e segmentos sociais envolvidos nas questões. Nossa proposta é aumentar o número de equipes de Saúde da Família com a construção de oito novas unidades de saúde, cobrindo todas as regiões da cidade. Implantar nas principais unidades um setor de urgência capaz de estabilizar pacientes graves. Expandir a oferta de consultas e exames especializados, com a construção de um Centro de Especialidades e um Centro de Diagnóstico por Imagem, suplementando a estrutura atual. Implantar o Complexo Materno-Infantil, que dará assistência completa a mamães e bebês. Ampliar os hospitais Nestor Piva e o Fernando Franco e realizar concurso para todas as áreas da saúde.
Na educação, conquistamos um avanço sem precedentes. Agora mesmo recebemos o resultado do Ideb de 2023 e Aracaju alcançou a nota inédita de 5,2 o que representa um salto sem precedentes na nossa série histórica. Fizemos isso incorporando tecnologia, o programa Escola Tech, oferecendo computadores aos alunos, além da reforma estrutural em boa parte das 44 unidades, gerando resultados extremamente positivos. Assumimos um compromisso com a nomeação de 425 professores aprovados em concurso público e vamos retornar com o programa de incentivo à modernização dos equipamentos pessoais dos professores, denominado “Professor ON”. Outra proposta que tenho defendido e que vamos buscar implementar é a expansão do ensino em horário integral, oferecendo o turno extra com atividades esportivas, educação financeira, cidadania e educação artística, dentre outras disciplinas, aperfeiçoando a formação desse cidadão do futuro. E a ampliação do número de vagas nas creches.
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JD – Obtendo êxito, qual será a tônica dos seus primeiros meses de administração?
LR – Vamos atuar para a conclusão dos mais de R$ 580 milhões em obras que a gestão atual está deixando, alinhando o planejamento estratégico já em curso com as propostas de avanço do nosso programa de governo. Vamos assegurar, do ponto de vista orçamentário, as adequações para execução do nosso programa em sintonia com a nova legislatura da Câmara de Vereadores, o que será favorecido pelo fato do meu vice na chapa ser um vereador, com pleno conhecimento dos ritos legislativos e excelente capacidade de diálogo e articulação. Além disso, tocar a licitação do transporte, continuar a execução das grandes obras em andamento, como a avenida Perimetral, a construção das moradias no Lamarão e a nova avenida costeando o rio Sergipe pela Coroa do Meio. E a grande obra de infraestrutura, urbanização, saneamento e sustentabilidade da zona de expansão, que é determinante para o futuro, consorciando responsabilidade socioambiental e desenvolvimento, que é o paradigma que teremos que adotar daqui em diante. Ou seja, manter firme o trabalho, com ética, com respeito ao dinheiro público, com planejamento para saber onde queremos chegar, a cidade que vai surgir do avanço que proporcionaremos a Aracaju, sempre cuidando da cidade e das pessoas.
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JD – Ter o apoio das máquinas municipal e estadual é vantajoso numa eleição em Aracaju?
LR – É importante, mas não são essas chamadas “máquinas” que definirão as eleições. O grande capital eleitoral que estará em discussão nessa eleição, baliza pela qual o aracajuano vai decidir seu voto, acredito eu, é o imenso legado de realizações que os aracajuanos conquistaram nos últimos anos. É isso, aliás, que estará em jogo: se Aracaju quer manter suas conquistas e avançar, entregando seus destinos em mãos competentes, confiáveis, éticas e preparadas, ou se vai deixar-se guiar por mãos erradas, mãos despreparadas ou mãos incertas que causam receios e incertezas ao aracajuano quanto ao seu futuro. Já vimos, no passado, como foi nocivo a Aracaju ter vivido uma experiência desastrosa, onde a cidade retrocedeu e perdeu sua qualidade de vida. Acredito que os aracajuanos não querem repetir essa amarga experiência. Recentemente, a mídia nacional divulgou a avaliação de indicadores que apontaram Aracaju como a capital com melhor qualidade de vida do Nordeste. Isso é um feito espetacular. Portanto, acredito fielmente nesse potencial eleitoral que nossa candidatura apresenta. Acredito que o aracajuano não vai querer pôr em risco suas conquistas. Vai querer, sim, avançar, conquistar mais, ir além. E isso só é possível com quem é coautor do projeto de cidade que foi edificado aqui e quem reúne as condições para este avanço. Aracaju nem é o caos que a oposição tentar apresentar, nem precisa de subterfúgios para evoluir de verdade.