O acompanhamento e a participação dos pais são cruciais para as mães e os bebês, em especial nos casos de nascimentos prematuros, quando os cuidados são ainda mais intensos. Na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), gerida pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), o cuidado com os recém-nascidos prematuros é reforçado com a participação dos pais no Método Canguru, que, além de favorecer o desenvolvimento dos bebês, fortalece o vínculo afetivo. A unidade é referência nacional em partos de risco e cuidados neonatais.
O Método Canguru é uma técnica para bebês prematuros e de baixo peso, envolvendo contato pele a pele, amamentação e acompanhamento próximo. Substitui progressivamente a incubadora, ajuda no desenvolvimento físico e emocional, reduz estresse e estabiliza batimentos cardíacos, oxigenação e temperatura. Na MNSL, além das mães, os pais também se envolvem no método, proporcionando maior participação na fase do pós-parto e recuperação do bebê.
O autônomo Edcelmo Conceição Santos é pai de três filhos. A caçula nasceu com 26 semanas de gestação e está internada na MNSL. Ele compartilha os cuidados da pequena com a esposa e comenta que o Método Canguru é bastante especial. “Esse momento do pós-parto é bem puxado para a mãe. Então, enquanto ela descansa, eu fico com nossa filha no canguru e é uma sensação muito boa”, descreve.
O motoboy Tiago Emanuel dos Santos é pai de quatro filhos. O mais novo nasceu com 36 semanas de gestação e precisou ficar internado 15 dias na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin). Atualmente, o bebê saiu da unidade, mas ainda necessita de cuidados na maternidade. Segundo o motoboy, o Método Canguru é uma excelente oportunidade para sentir a evolução do filho. “A gente fica à vontade, sente a respiração dele e aproveita para dividir os cuidados com a mãe. Afinal, essa é nossa responsabilidade também”, reforça.
Método
De acordo com a gerente neonatal da maternidade Nossa Senhora de Lourdes e tutora do método no local, Juliana Fonseca, informou que a área conta com 27 leitos cadastrados junto ao Ministério da Saúde. “Somos a maior enfermaria de leitos canguru do Brasil”, disse.
O método consiste em três etapas: a primeira é direcionada para atividades na Utin e Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (UCI) Neonatal; a segunda é a disponibilização do espaço Mãe Canguru; e a terceira, o seguimento ambulatorial dos bebês.
Na Utin, o bebê precisa de uma assistência médica maior, mas no tempo em que está estável e os pais estão aptos a realizarem esse contato pele a pele, inicia-se o Método Canguru. “Com a intenção inicial de substituir progressivamente as incubadoras, o Canguru proporciona calor humano para a criança. Além disso, o ruído do coração ajuda a criança a sincronizar a respiração e, assim, ensina o bebê a respirar”, explica.
Juliana acrescenta que o método gera bons resultados e a maternidade recebe cada vez mais pais presentes e participativos. “A gente da maternidade, a princípio, orienta nos cuidados e, depois, os pais passam a dar banho nos bebês sozinhos, por exemplo”, completa.
Participação paterna
Recepcionista da Utin da maternidade há três anos, Alex Feitosa acompanha a rotina de internação das crianças e sabe da importância do vínculo afetivo entre pais e filhos. Alex tem uma filha de dois anos e cumpre a função de participar de forma efetiva dos cuidados com ela. “É uma sensação incrível acompanhar o crescimento e o desenvolvimento dela. Sempre estou presente na rotina de cuidados como alimentar, dar banho e trocar fraldas. Essas responsabilidades são divididas entre mim e minha esposa”, ressalta