A candidata Candisse de Lula em foto de campanha (Divulgação)
*Milton Alves Júnior
Aracajuana, jornalista por profissão, Candisse Carvalho (PT), que se apresenta como “Candisse de Lula” aceitou o convite do JORNAL DO DIA para apresentar suas propostas de governo, sobretudo direcionadas para o povo e a cidade com maior registro de habitantes do estado de Sergipe. Certa que o legado construído por figuras a exemplo do ex-prefeito e ex-governador Marcelo Déda Chagas, bem como do ex-senador da República José Eduardo Dutra, pode contribuir para o impulsionamento da sua caminhada majoritária, Candisse fortalece ainda o fato de o Partido dos Trabalhadores ser a única sigla partidária responsável por formar uma chapa constituída por mulheres. O cargo de vice-prefeita foi preenchida pela ex-vereadora professora Rosângela Santana. Confira:JORNAL DO DIA – Pais e/ou responsáveis por crianças especiais denunciam ausência de educação de qualidade nas unidades escolares. Como a senhora pretende resolver este problema?
Candisse – A escola pública tem uma função social de inclusão, que se dá pelo acesso universal da matrícula e pelo sucesso no processo de aprendizagem. A participação das famílias e da comunidade é de extrema importância para que possamos construir uma educação infantil e uma escola de qualidade social. O acolhimento às crianças e adolescentes será feito pelos pedagogos trabalhando de forma articulada com os assistentes sociais e psicólogos no contraturno escolar. Portanto, a experiência de horário integral na escola começará com esses alunos para enfrentarmos o analfabetismo infantil.
JD – Profissionais da saúde básica lamentam que a baixa procura por vacinas seja reflexo da atmosfera negacionista impulsionada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Candisse prefeita, como será a respectiva ação na tentativa de ampliar a imunização da população?
Candisse – Diferentemente dos negacionistas, nós acreditamos na ciência. No nosso governo, vamos fazer uma campanha sistemática de convencimento sobre a importância da prevenção que as vacinas possuem. Somaremos todos os esforços possíveis para reverter os danos causados pelo desgoverno Bolsonaro, cuja negligência resultou na morte de mais de 700 mil pessoas, muito por conta da desinformação sobre a vacinação na pandemia da Covid-19. Não podemos deixar que candidatos bolsonaristas voltem ao poder, sucateando ainda mais a saúde em Aracaju. Nosso plano de governo propõe ampliar o Programa Nacional de Imunizações, visando uma cobertura vacinal acima de 95% da população e combatendo fake news e o movimento antivacina. O objetivo é aumentar a vacinação em Aracaju por meio de campanhas educativas em redes sociais, panfletos e eventos comunitários, trabalhando com profissionais de saúde para oferecer vacinação em locais acessíveis e realizar mutirões com horários flexíveis, garantindo o acesso de todos à imunização e fortalecendo a saúde da comunidade.
JD – Pontos históricos da capital sergipana estão abandonados há sucessivos anos. O JORNAL DO DIA já destacou o cenário do memorial, localizado na Praça da Bandeira. Quais os projetos para resgatar estes espaços e torná-los ambientes de lazer?
Candisse – Nós temos compromisso com a memória. Historicamente, a maioria das forças políticas sergipanas não tem demonstrado esse mesmo compromisso. Quando nós governamos, realizamos o memorial da Praça da Bandeira, a recuperação da Ponte do Imperador, o Museu da Gente Sergipana e o Palácio Olímpio Campos foram frutos das ações do governo petista. Em nossa gestão, vamos ampliar ainda mais esses memoriais.
JD – Servidores defendem realização de concursos públicos; empresários defendem ampliação de empregos terceirizados. Isso sem falar dos cargos em comissão. Como pretende administrar o quadro funcional da PMA?
Candisse – A máquina estatal depende de um funcionamento perene, para isso os concursos públicos são fundamentais para dar estabilidade e continuidade nas políticas públicas. Não podemos ficar à mercê dos interesses políticos momentâneos como terceirizações e contratações que podem ser substituídas nas mudanças dos governos. Daí, o nosso compromisso histórico com os concursos e o funcionalismo público e a valorização da carreira destes profissionais.
JD – No âmbito da prevenção de catástrofes e recorrentes inundações da cidade em dias de chuvas intensas, qual o planejamento de ações operacionais para os próximos quatro anos?
Candisse – Intensificaremos a prevenção de inundações por meio de políticas públicas robustas que protejam nossos recursos naturais e promovam a adaptação às mudanças climáticas. Entre as medidas propostas, destacamos o mapeamento detalhado de áreas de risco para inundações e alagamentos, permitindo a identificação de locais críticos que necessitam de intervenções urgentes. Vamos construir sistemas de drenagem eficientes e criar áreas de retenção de água para minimizar os impactos das chuvas intensas. A revisão do Plano Diretor será uma prioridade nos primeiros meses de gestão, com ampla participação da sociedade e um conselho formado por técnicos das várias áreas para assegurar um crescimento urbano sustentável e resiliente. Esta abordagem participativa garantirá a construção de uma cidade mais segura e preparada para enfrentar desde fenômenos climáticos.
JD – As mais recentes pesquisas de intenção de voto indicam crescimento da sua candidatura. Qual a sua avaliação sobre este cenário e qual perspectiva para os próximos 30 dias de processo eleitoral?
Candisse – O histórico bem sucedido do governo do PT liderado por Déda aqui na capital tem criado na população esse sentimento de esperança da volta de uma gestão mais favorável aos anseios do nosso povo. O alinhamento do governo municipal com o governo federal devolve a possibilidade de novos investimentos para o processo de infraestrutura, inclusão social, pela renda e por direitos que estão sendo negligenciados. A nossa expectativa é que, nos próximos 30 dias, esse sentimento evolua e, para isso, vamos continuar com a nossa agenda de escuta ativa, dialogando com as comunidades.
JD – Sem experiência executiva e/ou legislativa, como tem sido feito o trabalho de convencimento da população sobre as suas competências para administrar uma cidade com mais de 650 mil habitantes?
Candisse – Eu tenho experiência de vida. Sou cria de Aracaju e conheço os problemas da nossa cidade. Aliado a isso, estou em um partido que já governou a capital, governou bem, e que deixou um legado importante. É um partido que tem quadros habilitados e que vai ampliar essa equipe buscando na sociedade atores capacitados tecnicamente e compromissados com o nosso programa para ofertar a melhor gestão para Aracaju.
JD – Diante de um homogêneo clamor popular sobre a necessidade de a população eleger uma prefeita, chegou o momento de Aracaju ser administrada, inclusive, por duas mulheres?
Candisse – É evidente que há um sentimento que as mulheres assumiram um protagonismo na sociedade brasileira, e cada vez mais é exigida a participação feminina na política. Chegou o momento de Aracaju ser administrada não apenas por duas mulheres, mas por duas mulheres que conhecem as dores das famílias aracajuanas e possuem compromisso com aqueles que mais precisam da mão do Estado. Que representam um partido que historicamente lutou pela conquista de espaços e direitos para as mulheres. Encontro na minha vice, professora Rosângela, uma companheira que, assim como eu, não defende a participação feminina apenas na teoria, mas, lutamos pela participação efetiva.
