O presidente do Sindicato dos Comerciários de Nossa Senhora do Socorro, Alfredo Souza, popularmente conhecido como Souza, concedeu entrevista ao jornalista Barroso Guimarães no programa A Hora da Notícia, da Aperipê FM, destacando os avanços e desafios da entidade ao longo de 27 anos de atuação. Souza ressaltou que a organização sindical, antes rejeitada, conquistou respeito da classe patronal e se tornou referência em Sergipe e no Brasil.
Durante a entrevista, o dirigente lembrou que no início, em Socorro, grande parte dos trabalhadores atuava sem registro, com salários abaixo do mínimo e jornadas precárias. Hoje, segundo ele, “o sindicato ajudou a organizar o comércio, garantindo direitos básicos, convenção coletiva respeitada e valorização da categoria”. Atualmente, cerca de 8 mil comerciários integram a base sindical no município, que conta com dois shoppings, concessionárias, supermercados, farmácias e atacadistas.
Uma das principais marcas da instituição foi o piso salarial superior à capital Aracaju, mantido há 13 anos. “Terminamos 2004 com o terceiro maior piso do Nordeste, e em 2025 teremos a maior remuneração da categoria em todo o Nordeste”, revelou Souza, em primeira mão. O dirigente também destacou que o aumento do poder de compra movimenta a economia local, tornando Socorro um polo de consumo e investimento, deixando de ser apenas “cidade-dormitório”.
Outro avanço citado foi a conquista inédita para o setor de farmácias, que agora garante aos trabalhadores benefícios como plano de saúde, plano odontológico, descontos em mais de 200 estabelecimentos e um bônus mensal de R$ 60 em medicamentos, sem custos adicionais no contracheque. “É como um salário indireto, resultado da luta coletiva”, explicou o presidente.
Souza relatou ainda que a entidade ajudou a combater a informalidade no comércio local, atuando em parceria com o Ministério do Trabalho e a Receita Federal, o que fortaleceu a concorrência leal entre empresas. “Nosso papel é fiscalizar. O empresário correto não teme a lei. A fiscalização protege tanto trabalhador quanto comércio”, afirmou.
Com reconhecimento além das fronteiras sergipanas, o sindicato já recebeu visitas e convites de dezenas de entidades de outros estados, interessadas em conhecer sua experiência, especialmente após a extinção da contribuição sindical obrigatória. Segundo Souza, a comunicação foi essencial neste processo: “Investimos em rádio, redes sociais e aplicativos, o que aproximou a categoria e deu visibilidade à nossa atuação”.
No encerramento, o dirigente convocou os comerciários a se filiarem e fortalecerem a luta coletiva. “Quem ganha com isso é toda a sociedade. Se o patrão vai bem, garante emprego. Se o trabalhador recebe um salário digno, movimenta o comércio. Essa é a base do desenvolvimento de Socorro”, concluiu.